tag:blogger.com,1999:blog-26560238977098970092024-03-05T01:56:58.404-08:00Uma nota sóRaquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.comBlogger75125tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-77702463419530134712012-05-29T12:23:00.000-07:002012-05-29T12:23:22.930-07:00DesenganoFoi no sorriso em um lugar qualquer que você ficou preso em mim<br />As lembranças mais bonitas das indetermináveis risadas cúmplices só de nós dois<br />Muitos anos vividos em um ano corrido de ajustes e (p)reparos<br />Lembrancinhas, doces, arranjos, toalhas que formaram nossa aliança<br />Descobertas, amores e segredos que só cabiam a nós dois<br />Uma esperança cega de ter um fruto que mistura o seu sabor com o meu<br />Uma vida que exclui as duas vidas para ser uma só<br />Uma certeza incerta de um futuro fechado e lacrado <br />Histeria de paixão, idas e vindas sem horário para partir<br />Saudades absoluta na gravidade<br />Uma fábula sem moral<br />Fantasia<br />Imaginação<br />Uma língua energética, afiada,impetuosa<br />Tempestade que estala e derruba<br />Um sentimento que não tinha hora para balançar se despe endemoninhado<br />E o santuário do nosso canto, nosso sossego vira um templo pagão cheio de sacrifícios de dor, exorcismos de amor<br />Foram lá para oxalá as ovelhas que pastoreávamos com fanatismo e dedicação excessiva<br />E o que parecia ser alguém é um outro alguém que me trai com o mesmo alguém<br />As mentiras se misturaram com quem você poderia ser e não é ou é…Eu não sei<br />E nossas luas e sonhos não tem mais nenhuma razão e rima<br />Dá vontade de desenhar a dor para que alguém entenda o que é a desilusão<br />É um sentimento que não morre, mas está matando<br />Vontade de ser feliz junto quando se está triste de ficar perto<br />Incerteza de pensar se daqui um ano, dois ou um dia estaremos do jeito que sonhamos ou que nunca imaginamos estar<br />É (con)viver com a dúvida<br />Querer fugir de uma coisa que parece impossível<br />Mudar o que não dá<br />Fazer mágica de mentira<br />Tentar um jeito de ser feliz<br />Do sentimento vencer<br />Vontade, a onde você foi parar?<br />Adianta dar um grito no vácuo?<br />Deus, me dá uma fatia de esperança<br />Uma amostra de verdade nesse amor, nesse alguém<br />A cumplicidade dos casais apaixonados<br />A vontade de ser feliz fazendo o outro feliz<br />Esse orgulho está envenenando o amor que parecia ter<br />Nos ajuda a ser como crianças<br />Que se entregam (como realmente são) e sempre precisam aprender alguma coisa nova<br />Eu quero ficar do seu lado, mas do seu lado<br />Não do lado do quem você quer ser e não é<br />Quero saber lhe dar sem cobrar-<br />Amor. <br />Mas quero também receber e ser recebida<br />Ser uma mulher que tem um homem<br />Uma família de 2 pessoas<br />Cúmplices.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-33116089129999225102012-01-11T09:28:00.001-08:002012-01-11T09:28:28.067-08:00Poesia sobre teu sonoA minha vontade é ser essa mão que apóia o seu rosto<br />
Ficar bem pertinho dele e sentir a sua respiração bem definida<br />
Você se esparrama na cama como se fosse um artista ensaiando o sono<br />
As vezes encosto em você como se fosse por acidente<br />
Preciso sentir tua perna cheia de pelos roçar na minha<br />
A tua presença na minha cama e no meu sono, me protege<br />
Quando você me abraça é gostoso<br />
Mas o melhor de tudo é sentir os estágios de quando você está prestes a dormir, faz com que eu conheça algo seu que é todo meu. Começa em dois simples espasmos, duas resmunsgadas e uma respiração que vai aumentando cada vez mais. Você é lindo.<br />
Sua sobrancelha, seu nariz e sua boca. Você é lindo.<br />
Meu amor, minha coragem, proteção e abrigo ficam no cantinho direito da cama.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-42963185931679445552011-12-20T13:09:00.000-08:002011-12-22T04:57:10.168-08:00Sobre o abstratoTolstói descreveu uma tarde de primavera fictícia e eu consegui viver a estação naqueles parágrafos melhor do que a vivenciei em todos os anos da minha vida.<br />
<br />
Minha professora disse que eu não escrevo bem, ela tem razão.<br />
<br />
Como saberia escrever algo que não vejo, não sinto, que passo e despercebo? A primavera já passou e eu passei nela, sem notar e estar. Hoje fui surpreendida pela beleza que Tolstoi me proporcionou. Se não fossem os livros nos dias que eu só passo pela vida, estaria sem estações.<br />
<br />
Não vivi a primavera de 2011, mas vivi a primavera de Ana Karênina, Liêvin, Kitty... A literatura tem me ajudado a ver o mundo que não consigo viver com as minhas sensações e com a minha razão.<br />
<br />
Será errado passar pelo que é real com desprazer e viver o irreal prazerosamente? Onde que estou perdendo mais?Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-51830770871702720462011-11-16T16:01:00.001-08:002015-11-23T16:14:36.472-08:00FotografiaÉ te ver de longe na cachoeira. Água gelada. Sol penetrando entre as folhas que cobrem o rio. Vontade doida de gritar, olhar para cima com um sorriso aberto e abrir o braço para abraçar o tempo. Paralisar a hora em um abraço igual a fotografia faz com o momento. Molhar a nuca, o pulso e sentir frio. Dar uma risada e continuar. Mergulhar, abrir o olho debaixo da água e jogar o cabelo para trás. Ficar sem pensar é melhor que pensar sem estar. Felicidade não pensa, felicidade fica e abraça o momento. Pra depois a gente olhar a fotografia e descobrir como foi feliz.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-18337755720876190192011-10-03T18:56:00.000-07:002011-10-03T18:57:12.157-07:00Plenitude"Solitude"- Meu pai me disse num dia "Pesquisa o que é solitude". Tomava fôlego e sua boca enchia quando dizia "Solitude".<br />
<br />
Pois bem, fui atrás da palavra, custou para encontrá-la. <br />
<br />
Foi quando me juntei, que descobri a minha solidão, foi quando conheci minha solidão, que conheci a solitude e foi quando conheci a solitude que aprendi a ser feliz com a solidão.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-17741359619169536792011-10-03T18:24:00.000-07:002011-10-03T18:24:08.016-07:00O velho e a flor- Vinicius e Toquinho"...É a vida quando chega sangrando aberta em pétalas de amor...<br />
O amor é o carinho, é o espinho que não se vê em cada flor..."<br />
<br />
Nunca se viu coisa mais linda<br />
ai que bom que é cantar<br />
sua música mansinha<br />
que fala de amor, carinho e pétala de flor.<br />
Parece um violão chorando bem baixinho...Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-79080956047846987982011-03-27T18:47:00.000-07:002011-03-27T18:54:52.720-07:00O Sétimo Samurai<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimfM4D6u8mfSa_Dc6tLGxHaL7SDijqcg2-769XdtfUuWBwxkhF7nOyIZfua42Pg-ApnaqzB9p1En5Hq-YFD0DNIJj5Xu5Re92e44Fv5HyuY_tVFlk0je7MetWr88BXdAcgDwasRv2ltITl/s1600/7_os7samurais8wl.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimfM4D6u8mfSa_Dc6tLGxHaL7SDijqcg2-769XdtfUuWBwxkhF7nOyIZfua42Pg-ApnaqzB9p1En5Hq-YFD0DNIJj5Xu5Re92e44Fv5HyuY_tVFlk0je7MetWr88BXdAcgDwasRv2ltITl/s320/7_os7samurais8wl.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: Calibri;">Era um grupo de sete amigos descendentes de japoneses, todos providos dos seus costumes e tradições em uma terra totalmente estrangeira. Nessa terra eles cresceram, casaram-se, criaram seus filhos e encerraram a carreira, como diria o apóstolo Paulo em uma metáfora sobre a morte. Dos sete, sobrou um, que se intitulava o sétimo samurai em referência ao filme japonês “Os Sete Samurais”, de Akira Kurosawa. O sétimo samurai era o rei do bom humor e da boa levada.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Com o seu sotaque proveniente da língua japonesa ele embalava as risadas com uma boa ópera italiana. Tomava frente de todos os brindes com um “Kampai” em alto e bom som e dizia debochado, fazendo bico, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que a sua bebida era Veuve Clicquot. Ao mesmo tempo em que esbanjava a sua brasileirice com risadas e espontaneidade, ele mantinha os protocolos que lhe foram imputados em sua criação e não era de grandes contatos físicos, assim como os seus ascendentes, o seu abraço se limitava a um breve tapinha nas costas acompanhado de um “Hai”. O seu afeto era diferente. Quando ganhava um presente, ele fazia questão de usar e mostrar, com orgulho, para o presenteador. Se era uma camiseta, ele estufava a barriga, apontava com o dedo dizendo “ó”<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e dava um sorriso lindo. Tinha uma memória de monge e como um samurai não deixava passar nenhum detalhe da vida. Ele era todo sorrisos e se alimentava de sorrisos. Quem conheceu o Seu Luis já sorriu na vida e <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>já brindou a vida com uma cerveja bem gelada, do jeito que ele gostava. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">Homenagem ao meu avô Luis Kishimoto.</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"></div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-84332174427355517562011-03-18T14:37:00.000-07:002011-03-18T14:40:39.518-07:00VovóHoje lembrei, com nostalgia, do tempo em que as avós tinham no rosto as marcas da velhice e a sua beleza era toda estampada pelos anos. <br />
<br />
Me recordo de como era gostoso passear pelo bairro, de mãos dadas, com a vó Sinobu. Não trocávamos uma palavra, mas o silêncio da sua presença me bastava. As vezes sentávamos no quarto e ela cantava os hinos da biblía para mim. Aquele momento representava muito mais do que uma experiência religiosa. O sagrado estava na nossa comunhão, na comida gostosa e na admiração. <br />
<br />
Lembrei também das vezes que ia ao sítio visitar a Vó Onélia. De manhã eu tomava o leite quentinho, recém tirado da vaca, e comia os pães caseiros que só ela sabia fazer. <br />
Toda noite, antes de dormir, eu pedia a "bença" só para ouvir um "Deus te abençoe, minha filha", sentir o seu dedo àspero na minha testa fazendo o sinal da cruz e depois receber um beijo de boa noite. <br />
<br />
Outro dia escutei de uma pessoa que estava grávida, que a sua mãe não queria que o neto lhe chamasse de avó. Achei triste essa senhora privar, por vaidade e medo de envelhecer, a criança do gosto de falar "vovó".<br />
A palavra vovó desprende dela diversos significados. Vovó é a figura estampada na Dona Benta do Sítio do Picapau Amarelo. É aquela criatura de cabelinhos brancos, dotada de sabedoria e contadora de histórias. Vovó é a sua cúmplice "nos crimes". É aquela que te dá doce antes do almoço, que deixa você dormir tarde e te defende dos seus pais. A vovó sempre faz a sua comida preferida e manda você repetir até não aguentar mais. Vovó é aquela velhinha que faz você ter vontade de envelhecer igual.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-18993735122128252922011-01-31T04:10:00.000-08:002011-12-22T05:04:23.393-08:00Experiência<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSLcvVneMvDaUILLKwZX4C5Wvl3GCLHqRlJ34EXXn5h-GV9GYqFwOUpFk4Mjrx5dKmx1GRiQuaMi7F_d1ZHIuOfojkZDTYlR_XqD0NSRbeY2TjVWxpIlI84oKVb4tZ5kbRVOIyiFKcsbnw/s1600/black-and-white.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="237" s5="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSLcvVneMvDaUILLKwZX4C5Wvl3GCLHqRlJ34EXXn5h-GV9GYqFwOUpFk4Mjrx5dKmx1GRiQuaMi7F_d1ZHIuOfojkZDTYlR_XqD0NSRbeY2TjVWxpIlI84oKVb4tZ5kbRVOIyiFKcsbnw/s320/black-and-white.jpg" width="320" /></a></div>O que representa uma experiência religiosa, na minha concepcāo, é o contato com o divíno movido por alguma experiência. Pode ocorrer na leitura de um livro,de uma poesia, na doença, na alegria, em uma conversa ou qualquer outra situação.<br />
<br />
A bíblia relata muitos milagres de Jesus, mas as experiências mais marcantes da sua trajetória e que mais nos ensinam algo, são aquelas que ocorreram por meio de um diálogo, um toque, um exemplo, uma história e outras atitudes que não são miraculosas , mas que foram totalmente tranformadoras e proporcionaram as mais profundas experiências religiosas. Como, por exemplo, a conversa que teve com a mulher samaritana junto a um poço ou o toque no leproso, ambas as situações devolveram a identidade dessas pessoas, ou o sermão do monte, as parábolas, ou quando lavou os pés dos discípulos e todos os outros ensinamentos.<br />
<br />
Várias vezes esperei algum acontecimento miraculoso como resposta às minhas inquietações. Algo do tipo- "se aquela pomba pousar no poste, quer dizer que tal coisa vai acontecer", ou de buscar situações que me sensibilizassem para "entrar em contato com o divino".<br />
<br />
Mas as experiências mais marcantes que tive, não aconteceram em um ambiente que instigasse o meu emocional, não dependeram de situações que o acaso possa interferir, não foram transmitidas por pessoas influentes, não foram miraculosas e tampouco grandiosas. Pelo contrário, aconteceram nos lugares mais inusitados, com pessoas que não tinham pretensão alguma de mudar a minha vida e quando eu menos esperava.<br />
<br />
Uma delas foi ao ler a história infantil "O cavalo e o menino", de C.S. Lewis. A leitura toda constituiu uma experiência religiosa que me ensinou muito sobre a soberania de Deus e a maneira como trata cada pessoa como um ser único. Pude perceber por meio da personagem Shasta que o valor e a identidade da pessoa não se constitui nos seus feitos, na sua capacidade intelectual e nem nas experiências por ela vivenciadas, mas na própria humanidade. Pois Deus é apaixonado pelo o que somos e não pelo o que fazemos. Antes de nos ensinar, Ele nos ama. Antes de ter um relacionamento conosco, Ele nos ama. Ama incondicionalmente. <br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Outra experiência marcante que me ensinou exatamente a mesma coisa (as vezes precisamos re-aprender algo diversas vezes) aconteceu em uma época em que estava fazendo uma faculdade da qual não gostava, não sabia o que queria da vida e tinha terminado um relacionamento longo que abalou profundamente a minha autoestima. Nessa época, fui ao centro da cidade com uma amiga comprar uns tecidos e lembro que estava me sentindo triste e esquecida por Deus.<br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">No meio da loja de tecidos, aconteceu algo inusitado, uma faxineira que passava do nosso lado enquanto escolhíamos o tecido, pegou a minha mão, olhou nos meus olhos e disse " Deus te ama, você é linda". Isso me envolveu como se fosse um abraço de Deus. As palavras "você é linda" não soaram como um elogio a minha aparência exterior, mas tiveram o seguinte significado: "eu te amo independente do que você faça, eu te valorizo e eu a amo do jeito que é ". E não digo que foi Deus falando através daquela mulher, mas a fala dela veio exatamente no momento em que precisava ouvir isso e produziu em mim uma experiência religiosa. </div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Gosto da maneira como Deus trabalha na vida de cada um. Ele é bem detalhista e pessoal. Por isso acredito que para perceber esses detalhes e vivenciar experiências religiosas, é necessário aguçar a sensibilidade e seguir ao pé da letra a epígrafe do livro "Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago- <b>"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." </b>.</div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-41530951302501537362011-01-21T17:09:00.000-08:002011-01-21T17:23:41.205-08:00Cd riscado.Se de um jeito <br />
<br />
Não conseguiu falar<br />
<br />
Ou se falou, e o ouvido é que não soube interpretar<br />
<br />
<br />
Se a palavra não penetra<br />
<br />
As letras ficam vagas<br />
<br />
O verbo impessoal<br />
<br />
O sujeito inexistente<br />
<br />
A oração é banal<br />
<br />
<br />
Se o vocabulário já se esgotou<br />
<br />
Se virou cd riscado<br />
<br />
Déjà vu constante<br />
<br />
Roupa usada<br />
<br />
Idéia velha<br />
<br />
Ferida mal curada<br />
<br />
<br />
Não deixe a emoção falhar<br />
<br />
Eis uma oportunidade <br />
<br />
Veja bem:<br />
<br />
Há milhares de jeitos de se expressar<br />
<br />
Com inteligência sabe-se desvendar<br />
<br />
.<br />
<br />
O melhor jeito de falar<br />
<br />
As vezes é:<br />
Saber calar.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-7034783717774813872011-01-21T16:31:00.000-08:002011-01-21T16:31:32.910-08:00Vieste (Ivan Lins)Vieste na hora exata <br />
Com ares de festa e luas de prata<br />
Vieste com encantos, vieste<br />
Com beijos silvestres colhidos prá mim<br />
Vieste com a natureza<br />
Com as mãos camponesas plantadas em mim<br />
<br />
Vieste com a cara e a coragem<br />
Com malas, viagens, prá dentro de mim<br />
Meu amor<br />
<br />
Vieste a hora e a tempo<br />
Soltando meus barcos e velas ao vento<br />
Vieste me dando alento<br />
Me olhando por dentro, velando por mim<br />
<br />
Vieste de olhos fechados num dia marcado<br />
Sagrado prá mim<br />
Vieste com a cara e a coragem<br />
Com malas, viagens, prá dentro de mimRaquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-42653564494238170962011-01-18T08:34:00.000-08:002011-01-18T08:35:11.961-08:00SaudadePresença calada<br />
Cumplicidade no instante<br />
Vazio que entorna uma vontade louca de arrancar do peito só para observar.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-90772679926387700542010-08-02T20:01:00.000-07:002010-08-02T20:01:30.369-07:00Pinturaas marias-sem-vergonha se enfileiram na janela<br />
vermelha-laranja-amarela-verde-azul claro- azul escuro- roxo<br />
contemplam o céu estrelado e a lua minguante <br />
as cores se desprendem delas e formam um arco-íris esfumado<br />
o brilho da lua ilumina a madeira do parapeito<br />
<br />
<br />
que mistério há nas palavras que conseguem mostrar o que o olho não sabe contemplar?Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-24986510265695914812010-05-23T20:35:00.000-07:002011-03-16T09:51:30.337-07:00MeninaEla é pura confusão, seus caminhos desviam da alma- não se deixam compreender.<br />
<br />
<br />
Tem o peso da idade que não completou, viveu o que não chegou e passou ao largo do que era pra ser- sempre quis mais do que podia na hora exata que decidia ter. Ela é velha para a idade do corpo- não por que sofreu além do que a mente aceita, mas as situações que passou lhe bastaram diante da sua sensibilidade fina. <br />
<br />
Ela pensa que aprendeu e diz que vai mudar. Mas tudo se repete. E no final, ela sempre volta pro mesmo lugar. <br />
<br />
Seus olhos cospem o que sente: não consegue disfarçar. Se fica nervosa, fala alto, grita, chora e ofende. Reações de alguém, que tem vergonha de mostrar a fragilidade que está estampada lá- na sua auto-estima. Mas vejam só- ela é ela sem se justificar.Tem personalidade. Sabe ser e sabe estar. Só lhe falta uma alegria que só a estima poderia lhe proporcionar- a certeza que está bem onde está.<br />
<br />
Ela é solta, é toda sentimento e é bela. Ela come com o coração e não se cansa de sonhar.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-23035337717961468742010-04-26T21:19:00.000-07:002010-04-26T21:31:18.066-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5zEh8jAWSsf8m9dMJTFZuXeFK8YlDdr6_nzOBlqaK-5sXc6MRMKPeV-7tgSw9LYXMty-YIgnK8Fwz11Xlds9X2-6laDNvE71CoLAuyTts0aO4OKT9GBIMZx6uAkLKYp1WrUxN1uLO8b7U/s1600/2017144.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5zEh8jAWSsf8m9dMJTFZuXeFK8YlDdr6_nzOBlqaK-5sXc6MRMKPeV-7tgSw9LYXMty-YIgnK8Fwz11Xlds9X2-6laDNvE71CoLAuyTts0aO4OKT9GBIMZx6uAkLKYp1WrUxN1uLO8b7U/s200/2017144.jpg" tt="true" width="200" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Nina sempre foi dada a algumas manias, dizia que elas organizavam a sua vida e a ajudavam a se sentir estranhamente bem:<br />
<br />
Mania de listas. Mania de diários. Mania de colecionar. Mania de fazer drama. Mania de criar situações engraçadas em momentos inoportunos. Mania de estalar os dedos. Mania de se olhar no espelho enquanto chora. Mania de mandar beijo. Mania de cumprimentar estranhos. Mania de cantarolar. Mania de imaginar situações. Mania de anotações. <br />
<br />
Mas a mania mais peculiar que Nina tinha, e que só ela conhecia, era a mania de tentar não pensar em coisa alguma. Mas que mania difícil! Todas as tentativas resultavam num grande fracasso! Era sempre a mesma história: ela se fechava em seu quarto, apagava as luzes, sentava no chão e dizia para si "agora não vou pensar em coisa alguma" . Mas em todas as tentativas, ou ela dormia no chão, ou algum pensamento aparecia e ela logo pensava em como parar de pensar naquilo. Situação difícil para quem não quer pensar. Como parar de pensar em algo, sem pensar em como parar? <br />
<br />
A admiração que Nina tinha por monges, era, na verdade, uma inveja escondida, sabe por quê? Certa vez um amigo próximo, disse que os monges tinham a capacidade de não pensar em nada. Isso a incomodou na mesma proporção que os cantos guturais dos músicos de Tuva, como podia ser possível? Será que suas tentativas sempre fracassavam por ela não acreditar na possibilidade de não pensar em nada? <br />
<br />
------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
<br />
Nina estava cansada, exausta, cheia de pensamentos, pensou na aula de quarta, pensou na cena peculiar que presenciou na faculdade, pensou no passado, pensou na sua mãe e finalmente, pensou nas buganvílias:<br />
<br />
<br />
*<em>"as mulheres são complicadas. Homem é tão singelo.</em><br />
<em>Eu sou singelo. Fica singela também.</em><br />
<em>Respondi que queria ser singela e na mesma hora,</em><br />
<em>singela, singela, comecei a repetir singela.</em><br />
<em>A palavra destacou-se novíssima</em><br />
<em>como as buganvílias do sonho. Me atropelou.</em><br />
<em>— O que que foi? — ele disse.</em><br />
<em>— As buganvílias...</em><br />
<em>Como nenhum de nós podia ir mais além,</em><br />
<em>solucei alto e fui chorando, chorando,</em><br />
<em>até ficar singela e dormir de novo"</em><br />
<br />
Nina queria ser singela.<br />
Após pensar nas buganvílias, pela última vez, tentou não pensar em nada. <br />
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">*Trecho extraído da poesia "No meio da noite" - Adélia Prado. (again)</span>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-34883117097388858222010-04-25T16:34:00.000-07:002010-05-03T13:05:05.903-07:00Explicação sem ninguém pedir<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSQhHdA-7KD74HYECCFFmUq2G-kCT6GjjSNJMI3cA0BmpPBfnzgTRtVPRJAxANSIasZ4xaq1-F6aLC_Jy0CzpX_qWXCDd9lRvKBfiPLCjWC0LCKGZu8y2sAiR4CqGMc0gKab9DUnBcUyuB/s1600/LadyMarriage-450x603.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSQhHdA-7KD74HYECCFFmUq2G-kCT6GjjSNJMI3cA0BmpPBfnzgTRtVPRJAxANSIasZ4xaq1-F6aLC_Jy0CzpX_qWXCDd9lRvKBfiPLCjWC0LCKGZu8y2sAiR4CqGMc0gKab9DUnBcUyuB/s320/LadyMarriage-450x603.jpg" tt="true" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Não abandonei o blog. <br />
<br />
Atualmente, estou dividida entre a minha dupla jornada acadêmica, trabalhos, monografia, apresentações, provas e em procurar decoração, fotógrafos, flores, convites, comidinhas, músicas e tantas outras coisas que um casamento engloba. Sim, vou me casar. Foi tudo muito rápido e intenso, em duas semanas estávamos namorando, em um mês decidimos que iríamos nos casar e em 5 meses de namoro ele me pediu em casamento oficialmente. Agora estou noiva e faltam alguns meses para me casar. Por isso deixo aqui uma poesia bem conhecida da Adélia, cujo título é "Casamento": </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;">Casamento</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Adélia Prado</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Há mulheres que dizem:</div><div style="text-align: center;">Meu marido, se quiser pescar, pesque,</div><div style="text-align: center;">mas que limpe os peixes.</div><div style="text-align: center;">Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,</div><div style="text-align: center;">ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.</div><div style="text-align: center;">É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, </div><div style="text-align: center;">de vez em quando os cotovelos se esbarram, </div><div style="text-align: center;">ele fala coisas como "este foi difícil"</div><div style="text-align: center;">"prateou no ar dando rabanadas"</div><div style="text-align: center;">e faz o gesto com a mão. </div><div style="text-align: center;">O silêncio de quando nos vimos a primeira vez</div><div style="text-align: center;">atravessa a cozinha como um rio profundo.</div><div style="text-align: center;">Por fim, os peixes na travessa, </div><div style="text-align: center;">vamos dormir.</div><div style="text-align: center;">Coisas prateadas espocam:</div><div style="text-align: center;">somos noivo e noiva. </div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Ed. Siciliano - São Paulo, 1991, pág. 252.</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-33801033294826450302010-03-12T18:30:00.000-08:002010-03-12T18:32:13.073-08:00Ví uma menina que passa<br />
Como quem dança na esquina<br />
E colore as praças<br />
Solta e leve<br />
<br />
Refresca o dia<br />
Com seu ar de menina<br />
E tudo em volta se alvoraça<br />
Muda e some<br />
Quando ela passa<br />
<br />
No espelho do olho da menina <br />
Ví os sonhos de uma<br />
Mulher que disfarça<br />
Mas morre de vontade<br />
De voltar a ser uma menina que passa<br />
Cheia de graçaRaquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-89492760881284854582010-02-26T18:17:00.000-08:002010-02-26T18:25:31.014-08:00<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKn2LuGW-RocGkXvsRFPmVEFRm9itrQy536cmVZFNra0YCocFbQpu01p-4yaVP2WsbgQn27g3tok1BDNhP1stV0zI_Xy6y8Kl-7bHI2cgmt_Ofu_EjxP_uqYMzwIo84-bddwqIkb-YJc3j/s1600-h/deia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><em></em></a><em>"Luz das estrelas, laço do infinito, gosto tanto dela assim..."</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKn2LuGW-RocGkXvsRFPmVEFRm9itrQy536cmVZFNra0YCocFbQpu01p-4yaVP2WsbgQn27g3tok1BDNhP1stV0zI_Xy6y8Kl-7bHI2cgmt_Ofu_EjxP_uqYMzwIo84-bddwqIkb-YJc3j/s1600/deia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKn2LuGW-RocGkXvsRFPmVEFRm9itrQy536cmVZFNra0YCocFbQpu01p-4yaVP2WsbgQn27g3tok1BDNhP1stV0zI_Xy6y8Kl-7bHI2cgmt_Ofu_EjxP_uqYMzwIo84-bddwqIkb-YJc3j/s200/deia.jpg" width="200" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A Andréia sabe falar, ou melhor, sabe contar, tem histórias a beça, antes quando escutava ela contando das coisas da vida tinha vontade de um dia falar igual a ela, mas nunca fui a pessoa mais eloquente, aliás, as vezes sou bem tímida, coisa que a Andréia não é. Ela gosta de dançar, igual eu, direto ela me rodava num forró até suar e depois agente se abraçava e caia numa gargalhada. É daquelas baianas fortes que não levam desaforo pra casa,vive me dizendo : Se eu pego alguém fazendo alguma coisa pra você...aaa mais eu pego..Ela diz que tem gente que fala ou faz certas coisas pra mim porque eu fico quieta, eu digo que se eu fico quieta é porque não vale a pena responder e ela retruca que não mesmo, é melhor dar uns tapas duma vez, e agente da risada disso. Ela vivia falando - Quel, vamos viajar essa costa inteirinha! Quero um amor em cadaa porrtoo!</div></div> É engraçado, ela me apresenta para os outros como a irmã dela e eu a apresento como minha irmã. E sabe que ela é mesmo? Ela já ta decorada em mim, e eu nela. Sou feliz por conhecer a Andréia.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-4814173438761149132010-02-07T19:01:00.000-08:002010-02-17T07:36:22.444-08:006/2/2010Hoje lí um livro que relata experiências autobiográficas da artista Sophie Calle, esse mescla as histórias com algumas fotografias que remetem às situações narradas. <br />
É impossível ler esse livro sem lembrar de alguns episódios, bizarros ou não, que vivenciamos. Lembrei-me de alguns fatos que já aconteceram comigo e os escrevi, agora vou contá-los, não todos, em episódios:<br />
<br />
<em>Episódio da memória</em><br />
<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhntuPe6D-8cmU88woZotcYIRw4fGbKQpE1YvC2wUEJVAc_Ret2NzkDEDCkWPgvliz_Gdv5YD8ztJstuQ4Jk0ImBuvSzCFtF049evPbVYatK-aNSnaqvIlq13kVwkpvVSL9adbOM2_ZFJ3C/s1600-h/varal2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="155" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhntuPe6D-8cmU88woZotcYIRw4fGbKQpE1YvC2wUEJVAc_Ret2NzkDEDCkWPgvliz_Gdv5YD8ztJstuQ4Jk0ImBuvSzCFtF049evPbVYatK-aNSnaqvIlq13kVwkpvVSL9adbOM2_ZFJ3C/s200/varal2.jpg" width="200" /></a>Isso ocorreu quando meus avós ainda moravam em Potirendaba, eu devia ter uns 8 ou 9 anos, estava sozinha no quintal e olhei para o varal preenchido de roupas e lençóis que balançavam com o vento. Naquele momento, pensei em como a memória é traiçoeira conosco, as vezes esquecemos de coisas tão boas e lembramos de outras tão doloridas. Porém, naquele dia resolvi dar um golpe nela, decidi observar e guardar para sempre na minha mente aquele varal, com aquelas roupas e lençois, naquele ambiente.Hoje, 11 ou 12 anos se passaram e ainda lembro daquele varal e da minha decisão de superar a memória.</div><br />
<br />
<em>Episódio da vergonha</em><br />
<br />
Quando estudava na FAAP conheci o professor J., logo de cara nos demos muito bem, tínhamos interesses parecidos e eu sabia lidar bem com o gênio forte dele. Um dia ele me presenteou com um curso de "História pela Música Popular Brasileira" na faculdade ESPM. No primeiro dia do curso cheguei super atrasada, pois não sabia o caminho direito e me perdi. Quando entrei na sala, todos me olharam e o J., super indignado e ofendido com o meu atraso, me apresentou e os apresentou da seguinte maneira:<br />
- Essa é a Raquel da FAAP, super atrasada. Esses são os alunos da ESPM, bem mais legais e muito mais educados do que o pessoal da FAAP! Agora pode se sentar.<br />
A partir daquele dia nunca mais me atrasei.<br />
<br />
<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Episódio da cadeira</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Este ocorreu num dia importante para a faculdade, o embaixador de Não-Lembro-Qual-País foi ministrar uma palestra para os alunos do curso de RI e lá fomos nós, eu e a minha amiga, pouco interessadas no curso e muito interessadas no nosso novo projeto: camisetas com estampas de legumes. Estávamos tão empolgadas, que só falávamos disso. Quando chegamos ao local da palestra, antes de começar, conversamos com um rapaz do nosso lado sobre a nossa idéia, e ele obviamente deu risada da idéia extravagante que tivemos e também um balde de água fria, ficamos acuadas e nos calamos para assistir a palestra boring. No meio da palestra, quando já estávamos no décimo cochilo, o rapaz do nosso lado levantou para pegar algo na cadeira da frente, mas não reparou que quando ele levantava, a cadeira que estava sentado também erguia, isso resultou no rapaz sentando em falso e eu tentando pegá-lo. A situação foi cômica, não a queda do rapaz ( tá, foi um pouco), mas todo o esforço e o grito que dei para ajudá-lo. A partir daquele momento não conseguimos mais parar de rir e de nos desculparmos pelas risadas constrangedoras para o rapaz. Até que uma hora, numa explosão de riso, dei um grito de riso contido muito alto e o ex-ministro Rubens Ricupero olhou de cima do palco para mim. Nesse momento não tinha mais jeito, levantamos de umas das primeiras fileiras e tivemos que deixar o local, no meio da palestra.</div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-82302754276193617782010-02-03T13:06:00.000-08:002010-02-03T13:09:04.247-08:00Língua (Caetano Veloso. Velô,1984)<div style="text-align: center;"><br />
<br />
Gosto de sentir a minha língua roçar</div><div style="text-align: center;">A língua de Luís de Camões</div><div style="text-align: center;">Gosto de ser e de estar</div><div style="text-align: center;">E quero me dedicar</div><div style="text-align: center;">A criar confusões de prosódia</div><div style="text-align: center;">E uma profusão de paródias</div><div style="text-align: center;">Que encurtem dores</div><div style="text-align: center;">E furtem cores como camaleões.</div><div style="text-align: center;">Gosto do Pessoa na pessoa</div><div style="text-align: center;">Da rosa no Rosa,</div><div style="text-align: center;">E sei que a poesia está para a prosa</div><div style="text-align: center;">Assim como o amor está para a amizade.</div><div style="text-align: center;">E quem há de negar que esta lhe é superior?</div><div style="text-align: center;">E deixe os Portugais morrerem à míngua,</div><div style="text-align: center;">“Minha pátria é minha língua”</div><div style="text-align: center;">-Fala Mangueira! </div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Flor do Lácio Sambódromo </div><div style="text-align: center;">Lusamérica latim em pó</div><div style="text-align: center;">O que quer</div><div style="text-align: center;">O que pode</div><div style="text-align: center;">Esta língua?</div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-82285622321222333852010-01-30T19:11:00.000-08:002010-01-30T19:11:32.287-08:00anotação de férias - sobre beleza<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLxtzuD_uIPUUrnK6Ay4Zx8_XyHxCDU4UcmP6gCwEU2TH3QcNK4KcNv-i8FGVZRFtv7MKGOnkhtsftnTAlXKKpQdCwivNidh1IDUfwUrjTfHNApCPdwlI1OqE4IGOo90V5_bliXKAMXdNR/s1600-h/aaabrog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" kt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLxtzuD_uIPUUrnK6Ay4Zx8_XyHxCDU4UcmP6gCwEU2TH3QcNK4KcNv-i8FGVZRFtv7MKGOnkhtsftnTAlXKKpQdCwivNidh1IDUfwUrjTfHNApCPdwlI1OqE4IGOo90V5_bliXKAMXdNR/s640/aaabrog.jpg" width="464" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">ps. eu sei que não há estética (pretty) alguma com essa letra, pense beautiful.</div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-2060217205652155852010-01-12T17:33:00.000-08:002010-01-12T17:33:47.253-08:00Fragmentos do livro "A eternidade e o desejo" de Inês Pedrosa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKmMldkswinORnIq3yTTF-8lb0a1BKEu6YnLk02Wj5XitHQ9AfJrTqtFrE3kGTGnBg347Soa5zSqjQEe3A91Zyz3giesGs01wIw8j8V0UZTYKQgwIDC-QiuNQlP_0K_OtiJ2aMWdd8zwRE/s1600-h/7362_0_5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKmMldkswinORnIq3yTTF-8lb0a1BKEu6YnLk02Wj5XitHQ9AfJrTqtFrE3kGTGnBg347Soa5zSqjQEe3A91Zyz3giesGs01wIw8j8V0UZTYKQgwIDC-QiuNQlP_0K_OtiJ2aMWdd8zwRE/s320/7362_0_5.jpg" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">"O que se vê nunca se pode narrar com rigor. As palavras são caleidoscópios onde as coisas se transformam noutras coisas. As palavras não têm cor- por isso permanecem quando as cores desmaiam"<br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">"Conheceu Deus o seu ser, a sua grandeza, a sua infinidade, a sua omnipotência; e o parto que saiu deste imenso conceito de si mesmo, foi outro ele; outro mesmo foi e é o Verbo, tão grande, tão imenso, tão infinito, tão omnipotênte, tão Deus como o mesmo Pai. A imagem mais perfeita, a proporção mais ajustada, e a medida mais igual da obra, é o conhecimento de si mesmo em quem a faz"<br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">"E como o primeiro efeito, ou a última disposição do amor, é cegar o entendimento, daqui vem que isto, que vulgarmente se chama amor, tem mais partes de ignorância; e quantas partes tem de ignorância, tantas lhe faltam de amor. Quem ama porque conhece, é amante; quem ama porque ignora, é néscio. Assim como a ignorância na ofensa diminui o delito, assim no amor diminui o merecimento. Quem ignorando ofendeu, em rigor não é delinquente. Quem ignorando amou, em rigor não é amante"<br />
</div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-61010470802301682362010-01-10T16:35:00.000-08:002010-01-10T17:08:59.677-08:00Impulso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy-qQ9hOXdLsXxbrlZ3ragvY1LNwdR2PYTkEux5EJChoG-kAlop_RYMr7Il7CwRbiDlxAIdehWEKa7o6IZTjmfxsbs_DP_yJSEVAMkIt05Vqx6qNJD4VjncPRJ2VHDBdaiLJDlGoEjVvFt/s1600-h/poem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy-qQ9hOXdLsXxbrlZ3ragvY1LNwdR2PYTkEux5EJChoG-kAlop_RYMr7Il7CwRbiDlxAIdehWEKa7o6IZTjmfxsbs_DP_yJSEVAMkIt05Vqx6qNJD4VjncPRJ2VHDBdaiLJDlGoEjVvFt/s320/poem.jpg" /></a><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Foi no dia da preguiça, de quem cansou de procurar, que ele me olhou de soslaio e chegou com aquele impulso solto, que só quem sente sabe o que é, coisa de dentro, passo de fé. Derrepente se fez muito: encheu de canto os meus cantos, me deu suspiros sortidos, abraços distribuídos -Ê coisa boa que perdura. Não cobrou fatura, me ama sem pesar e sem gastura. Não é daqueles amores que param por desgaste, maltratam ou enjoam (efeitos todos de paixão que sofre calada, explode pra dentro, paixão que esquece de quem gosta, rasga os defeitos, se camufla e vai embora igual chega: rápida, mágica e trágica). <br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Só que agora, penso nele toda hora, como quem respira e senta. Satisfeita me contento bem contente. Me embala a nova melodia de sinos de alegria, que invadiu meu lar, em forma de um par.<br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-31399486638749431202010-01-08T07:35:00.000-08:002010-01-08T11:16:38.256-08:00MalvaTexto feito no dia 4/12/2009<br />
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Foi em alguma de suas tertullias que Malva percebeu sua solidão, entre algumas pessoas notou o quão sozinha era. Sempre fora rodeada por amigos, mas sentia que desaparecia entre a multidão que a cercava, que chamava seu nome mas não a conheciam e não sabiam da sua história. Sentiu-se só não somente de pessoas, mas de sí. Percebeu que não descobrira-se, não sabia identificar seus sentimentos e as vezes se enganava tanto, que acreditava em suas próprias mentiras. No silêncio tentava fugir de sí, nunca parou para se observar e sentir seu corpo, nesse momento, ou colocava uma música, ou lia um livro ou ligava para alguém. O seu eu tentava confrontá-la, mas ela se fazia surda para não escutá-lo.<br />
Porém, quando descobriu essa solidão, pensou pela primeira vez na relação que tinha com o corpo que habitava e questinou se seria tratada de maneira diferente pelas pessoas se tivesse outro corpo e fosse um pouco mais baixa ou mais gorda. Também se questionou sobre o que realmente a deixava triste, porque as vezes mascarava um motivo de tristeza e o escondia, pois acháva-o tolo demais para ser considerado e também pensou no que realmente a deixava feliz.<br />
Ficou alguns minutos repetindo o seu nome com os olhos fechados malva, malva, malva, malva, malva, e sentiu como se puxassem sua alma pela boca. <br />
Passou as mãos no rosto e sentiu o formato do nariz, a concavidade dos olhos, a textura da sua pele, sua boca, o formato do queixo, as suas saliências e escutou sua respiração. <br />
Pensou na infância e tentou resgatar desta o que contribuiu para que ela fosse ela, perguntou-se se seria a mesma se tivesse sido criada em outro ambiente e por outras pessoas, questinou sua essência, ela por acaso mudaria? <br />
No dia que Malva ficou sozinha, ela gerou a Malva, que fez companhia para a Malva, até então sozinha.Raquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2656023897709897009.post-70305847727646358652009-12-21T19:51:00.000-08:002009-12-21T19:51:17.270-08:00ExaustoEu quero uma licença de dormir,<br />
perdão pra descansar horas a fio,<br />
sem ao menos sonhar<br />
a leve palha de um pequeno sonho.<br />
Quero o que antes da vida<br />
foi o sono profundo das espécies,<br />
a graça de um estado.<br />
Semente.<br />
Muito mais que raízes.<br />
<br />
Adélia PradoRaquel Costahttp://www.blogger.com/profile/16582786516710788006noreply@blogger.com2