20 de dezembro de 2011

Sobre o abstrato

Tolstói descreveu uma tarde de primavera fictícia e eu consegui viver a estação naqueles parágrafos melhor do que a vivenciei em todos os anos da minha vida.

Minha professora disse que eu não escrevo bem, ela tem razão.

Como saberia escrever algo que não vejo, não sinto, que passo e despercebo? A primavera já passou e eu passei nela, sem notar e estar. Hoje fui surpreendida pela beleza que Tolstoi me proporcionou. Se não fossem os livros nos dias que eu só passo pela vida,  estaria sem estações.

Não vivi a primavera de 2011, mas vivi a primavera de Ana Karênina, Liêvin, Kitty... A literatura tem me ajudado a ver o mundo que não consigo viver com as minhas sensações e com a minha razão.

Será errado passar pelo que é real com desprazer e viver o irreal prazerosamente? Onde que estou perdendo mais?